Livro de Francisco Canais Rocha apresentado na Biblioteca

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O auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes encheu-se de público para receber a apresentação do livro de Francisco Canais Rocha "Perfeito de Carvalho: um sindicalista da Primeira República (1908-1922)", a 28 de Janeiro, pelas 18 horas.

Francisco Canais Rocha nasceu em Torres Novas, em 1930 e faleceu em agosto de 2014. Foi o primeiro coordenador da CGTP-IN após o 25 de Abril, um ativo combatente antifascista, preso político por duas vezes, membro fundador da Intersindical e militante do PCP, com diversas participações na vida associativa local, além da sua importante atividade como historiador do movimento operário e sindical.

Já com mais de 50 anos, licenciou-se em História (1981) pela Faculdade de Letras de Lisboa. Fez depois um mestrado em História Contemporânea pela mesma instituição (1990). Como historiador dedicou-se, sobretudo, à investigação nas áreas da história do sindicalismo e do movimento operário. Publicou várias obras dedicadas a estas matérias e este livro que agora se apresenta é a publicação da sua tese de mestrado.

Nos últimos anos de vida, a residir em Torres Novas, o seu nome fica ligado à Associação de Reformados e Pensionistas de Torres Novas, da qual foi fundador, presidente e um dos principais dinamizadores.

Trabalhou como marceneiro, como carpinteiro de moldes na oficina de Lourenço & Irmão e, mais tarde, empregou-se na metalúrgica Costa Nery. Igualmente interessado em atividades de natureza cultural, ligado ao associativismo, ajudou a fundar associações como o Cineclube de Torres Novas e o Núcleo Campista Raiar de Aurora. Foi, porém, na luta política que mais se destacou.

Na apresentação do livro marcaram presença na mesa de honra Fernando Gomes, membro do Conselho Nacional da CGTP-IN, Paulo Sucena, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e ex-secretário-geral da FENPROF, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, a filha do autor, Maria Manuela Canais Rocha e, em representação do município de Torres Novas, o presidente da Câmara, Pedro Ferreira e a vereadora da Cultura, Elvira Sequeira.

O livro versa sobre Francisco Perfeito de Carvalho (1893-1958), tipógrafo de profissão, que surge na atividade sindical com 15 anos e nela se destacaria como um dos mais notáveis sindicalistas da Primeira República. Autodidata e personagem multifacetada, Perfeito de Carvalho não foi apenas um distinto sindicalista dos gráficos, mas também uma figura de relevo do jornalismo, da cultura operária e da política neste período (1908-1922) relatado na obra agora publicada.